quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Como consegui a melhor nota de matemática da minha vida

Não, eu nunca fui boa aluna em matemática. Como eu sempre digo, meu negócio é letras e não números. Porém como todo estudante eu tinha que cumprir o exigente currículo escolar do meu colégio.
Lá estava eu, novamente as vésperas de mais uma prova trimestral, estudando como uma louca e empobrecendo meus pais de tantas aulas particulares já dadas. Nunca fico nervosa antes das provas, sempre tento relaxar, mas, neste dia em particular, eu estava irrequieta.
Deram-me a prova. Olhei-a com desprezo "Em que isto iria influenciar na minha vida? Em nada, como em tudo relacionado a números". Comecei a prova, trabalhosa, entretanto, eu sabia responder as questões. O professor estava presente na sala, formava-se uma fila de alunos na sua frente para que dúvidas fossem tiradas. Bom, resolvi tentar. O professor me apontou erros lesos, por pura distração, que provavelmente resultariam no meu futuro 3,5.
Dessa forma fiz uma bela prova e saí feliz com o meu desempenho.
Dias depois tive um sonho - tirava 9 nessa bendita prova, porém eu nem sabia quando seria a entrega das provas e muito menos tiraria 9, só em sonho mesmo.
Acordei e fui ao colégio ver mais uma triste aula de química e justamente nessa aula entregaram a prova de matemática. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que tinha tirado 9? Para alguém que passou a vida tirando 3, muitas vezes 1,5 e um 5 já era motivo de felicidade - 9 era uma coisa absurda. Completamente absurda. Era inacreditável. Eu estava quase chorando.
Cheguei em casa e meu pai passou por mim - "Pai, hoje sonhei que tirava 9 na prova de matemática" - o homem, conhecendo bem a filha que tinha e seus "dons matemáticos" respondeu irônicamente: "Continue sonhando" e se retirou da sala. Voltei a abordá-lo: "Mas pai, eu realmente tirei 9 em matemática!" - ele parou súbitamente com um ar perplexo e em questões de segundo voltou com o seu humor sarcástico de sempre "Ah, fala sério!". Retruquei: "Mas é verdade!", como se não acreditasse, ele falou debochadamente "Você tá brincando". Não era encenação do meu pai, ele não estava acreditando mesmo. Busquei então a prova e lhe mostrei.
Ele não sabia o que dizer, ficou pasmo, ele parecia estar em transe: não parava de repetir "Não é possível!", "Não é possível", "MAS NÃO É POSSÍVEL!".
Uma semana depois todos os amigos do meu pai já sabiam do meu 9 em matemática.


09/12/2007

2 comentários:

marcela disse...

hahahha, sinto mt, amigaa. foda mesmo isso, né.
pelo menos teu pai ficou felizão, né. meus pais seriam bem indiferentes diante de um nove. (e sim, eu sou péssima em mat)

Ursula Neumann disse...

uau! sério que teus pais seraim indiferentes? caramba. Sinto muito por isso.