quinta-feira, 29 de maio de 2008

Aos estudantes

Somos todos um depósito de fórmulas. Somos todos uma máquina de decorar. Não aguento mais essa situação. Quanto tempo mais irá durar?

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ângulos caninos

Meu cachorro não levanta a perna pra fazer xixi.
E ele não sente vergonha por ser diferente.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

:P

Voltamos pra casa embriagados pela insensatez alheia, dominados pela angústia em pró do verbo. Verbalizar. Sim, vamos verbalizar.
E tudo que discutimos é inútil. Quando, enfim, nossa sociedade deixará de ser fútil?
Enquanto isso levo a vida a vagar. Desisto de tudo, desisto do mundo, cansei de esperar.

(23/05/2008)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Desinspirei.

Ele olhou para trás

Se eu dissesse que ele foi embora, você não acreditaria.
Mas o pior de tudo é que ele foi embora e olhou para trás. Naquele instante pressenti a desgraça que começaria na sua vida. Ah, sim, sua vida não seria fácil daqui pra frente. E ele sabia disso.
Apesar de tudo, era um cara persistente. Talvez isso não fosse uma qualidade. Em certas horas, qualidades tornam-se defeitos. Depende do ponto de vista.
Todos avisaram, todos criticaram. Ele não deu ouvidos. Foi embora, no entanto, olhou para trás.
Sua insegurança se propagava no ar contagiando a todos. Estávamos inseguros por ele, era uma missão dificílima. Não teve conversa. Ele foi embora, mas olhou para trás.
No meio do caminho fraquejou, teve vontade de voltar, sentiu receio, mas continuou. No fim, tudo deu certo. Ele cumpriu sua missão: transmitiu essa mensagem a você.

A mala

É, ela foi ali. Ela foi ali e não mais voltou. Dizem que encontrou com o tal cara. Não se sabe ao certo, mas contam que havia uma maleta na história. O que tinha dentro não sei, mas parecia importante.
Semana passada me informaram que a Menininha voltou de lá correndo, com a tal mala nas costas. A pobrezinha, coitada, escorregou no meio de tanta afobação. Caiu a Menininha, caiu a mala, caiu tudo. Caiu a máscara que escondia a verdade oculta por uma criança. Revelou-se a orgia, o ócio, a ignorância, a violência, a brutalidade do ser humano compactados.
E aquilo tudo se disseminou, corrompendo o mundo.
E nós nunca mais fomos os mesmos.

Beleza medíocre

De que me basta um rosto bonito, cuja boca só frases clichês emite?
De que me adianta belas madeixas se elas entranham também pelo meu cérebro?
De que me serve um belo par de olhos se eles não vêem nada além do óbvio?
De que me adianta esse nariz de plástico que respira ignorância?
De que me basta um corpo escultural que foi pago em dólares?
Pra sair na capa da Vogue, é óbvio.

sábado, 17 de maio de 2008

Presunto se come frio

Ontem eu fui comprar presunto. Enquanto esperava a dondoca mal-educada da minha frente pegar seus respectivos 400g de presunto de peru, comecei a refletir: o presunto vem de qual parte da carne? Aliás, que danada de carne é essa? Será que é uma carne?
Cheguei à uma conclusão: melhor, sinceramente, nem saber. Mas veja só que coisa engraçada, é uma carne que se come gelada.
Comprei dois Sonhos de Valsa, um pra mim, e outro pra sabe-se lá quem. Me dirigi ao caixa. Era uma mulherzinha mal-humorada e gorda, que depois de pegar todos os produtos sem a mínima delicadeza soltou um resmungo que lembrava "R$8,30". Entreguei o dinheiro e ela sacudiu o troco pra cima de mim.
Bom, talvez ela não tenha tido um bom dia.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

A Morte da Inspiração.

Busco uma idéia, qualquer coisa que me dê uma luz. Fui então num Pet Shop. Um moço simpático me atendeu. Perguntei se havia algum tipo de idéia à venda. Gentilmente ele me conduziu para um galpão mal-iluminado, com várias gaiolas. Das gaiolas saíam estranhos ruídos, como se os seres dali estivessem cheios de energia.
Todas as idéias me pareciam interessantes, uma, entretanto, se destacou. Ela gostou de mim e eu dela. Era pequenininha, bem miudinha, mas demonstrava vontade de crescer. Fiquei com ela. Paguei 3 Olhares ao moço e fui com minha pequenina idéia dentro do chapéu.
Quando cheguei em casa coloquei-a em cima da mesa. Ela olhava pra mim com a cara mais meiga do mundo e nos seus olhos eu via sua vontade de sair por aí arrasando. Dei-lhe o nome de Inspiração.
Inspiração trouxe-me muita luz, era a alegria da minha vida, minha fonte de felicidade.
Certo dia, tive que sair às pressas, minha mãe estava no hospital e eu teria que dormir por lá. Recomendei à Jussara, minha empregada, que alimentasse Inspiração com no mínimo 4 folhas de papel em branco por dia. Esta porém, uma desvairada, não sabia lidar com as idéias, acabou por se distrair e deu para a minha pobre Inspiração uma televisão como alimento.
Quando cheguei em casa Inspiração estava morta, minha pequenina idéia não tinha sido devidamente alimentada, morreu de fome a pobrezinha.

O monólogo.

Ela falava sempre do mesmo assunto. A Outra sempre escutava, as vezes fazia algum comentário. De vez em quando a Outra contava algo e Ela fazia um comentário. Sempre os Mesmos comentários, sempre a Mesma História. Não se cansavam de ouvir e falar a Mesma Coisa, acho que se compreendiam.
Um dia Alguém tentou mudar de assunto. Ela escutou com atenção, soltou um breve "Ah", ficou alguns segundos calada, olhou para a Outra, que nada falou. Alguém permaneceu perplexo, o tema era ótimo e polêmico, como assim não tinham o que falar? Parecia tão simples. Mas Ela e a Outra não entendiam. Alguém foi embora decepcionado. Ela continuou a recitar os mesmo versos de sempre. A Outra batia de novo na mesma tecla.
Alguém encontrou Uma Pessoa que tinha Vários Assuntos. Passavam horas discutindo. Uma Pessoa apresentou Amigos à Alguém. E Alguém ficou conhecendo Vários Amigos.
Um dia Alguém passou com Vários Amigos por Ela e a Outra. Encararam-se. Alguém já sabia as falas decoradas de Ela e os comentários de sempre da Outra. Ela e a Outra não entendiam por que Alguém tinha Vários Amigos. Mas não se importaram muito. Voltaram à sua bolha. E Alguém conhecia cada vez mais novos amigos. Eles tinham assunto.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pequenas teorias sonhantes.

JBClimb says:
é que eu tenho uma coisa com homem loiro sabe
M* says:
é bem compreensível
JBClimb says:
SAUHSIUAHSIUAHISUAHS
JBClimb says:
nééé?
JBClimb says:
assim como tu tem uma coisa com homem de cabelo cacheado
JBClimb says:
já eu prefiro os lisos.
JBClimb says:
enfim
JBClimb says:
acho que cada um procura alguém que seja parecido
JBClimb says:
e que talvez seja uma forma inconsciente pela busca da compreensão
M* says:
ursula
M* says:
tuas teorias
M* says:
são altamente
M* says:
concordáveis
JBClimb says:
USHAUHSAUHSA
JBClimb says:
eu criei uma teoria do sonho ano passado, eu ia mostrar pra P*, mas esqueci,
JBClimb says:
HSUAHSUIAHS
M* says:
caramba
JBClimb says:
nem sei onde tá essa minha teoria =/
JBClimb says:
HSUAHSUAHSA
JBClimb says:
o que?
M* says:
esquecesse dela?
JBClimb says:
ahm
JBClimb says:
não
JBClimb says:
mas ela tava escrita sabe
JBClimb says:
tava melhor
JBClimb says:
não me lembro muito bem
JBClimb says:
era algo do tipo
JBClimb says:
que o sonho é uma simulação da realidade
JBClimb says:
pro corpo nao achar que a gente morreu
JBClimb says:
enquanto dorme entende?
JBClimb says:
já pensou se o cérebro se confunde e pensa que a gente morreu ou algo assim?
JBClimb says:
ele não pode morrer, ele tem que se manter ativo
JBClimb says:
e como a gente precisa descansar
JBClimb says:
o sonho serve como um simulador
JBClimb says:
;)
M* says:
sei..
M* says:
ah
M* says:
eu vejo o sonho de outra forma
M* says:
acho que o corpo não pode acreditar que morremos
M* says:
assim
M* says:
se não..
M* says:
qndo alguém entra em coma
M
* says:
deve morrer
M* says:
pq acho que pessoas em coma não sonham
M* says:
e as desmaiadas tbm
JBClimb says:
as pessoas em coma não estão mortas ¬¬
JBClimb says:
nem dormindo,
JBClimb says:
tipo
JBClimb says:
elas vêem tudo o que acontece e tal.
JBClimb says:
ngm sabe direito
JBClimb says:
mas a maioria das pessoas que entrou em coma diz que via tudo que aconteceu
M* says:
eita
M* says:
com os olhos fechados?
JBClimb says:
sim.
JBClimb says:
nunca ouvisse falar? oO
M* says:
sabia disso nnnnnn
JBClimb says:
sério?
JBClimb says:
poxa.
JBClimb says:
tipo
JBClimb says:
a pessoa não tá dormindo entende?ela tá viva ainda.
M* says:
certo
M* says:
tá viva
JBClimb says:
ah, nao consigo explicar! droga.
M* says:
mas ela dorme
M* says:
ela tipo dorme
M* says:
e ela não morre por isso
JBClimb says:
bom, suponhamos que ela durma.
JBClimb says:
enquanto ela dorme, ela sonha oO
M* says:
eu acho que o sonho
M* says:
é
M* says:
uma outra realidade
M* says:
tão importante quanto a vigília
M* says:
quanto quando estamos acordados
M* says:
e que
M* says:
ah
M* says:
a moral não existe
M* says:
é tudo id
JBClimb says:
aquela historia de que os sonhos são os desejos reprimidos?
JBClimb says:
não acredito muito nisso.
JBClimb says:
ou de que podemos fazer tudo no sonho o que não podemos fazer na realidade?
JBClimb says:
é, talvez nós vivamos duas realidades e nem sabemos direito disso
JBClimb says:
porque uma realidade é mental, e a outra corporal
M* says:
eu acredito nisso dos desejos reprimidos
M* says:
acredito mesmo
M* says:
e são duas realidades
JBClimb says:
sério?
M* says:
vivemos nas duas
JBClimb says:
nem imagino o que tu sonha (6)
M* says:
o que define uma realidade como real?
M* says:
e outra como irreal?
JBClimb says:
exatamente
M* says:
acho que isso não existe
JBClimb says:
nós temos uma realidade do impossível (essa que a gente ta agora) e a do possível
JBClimb says:
a que a gente sonha
JBClimb says:
entendeu o que eu disse dessas duas realidades?
M* says:
entendi
M* says:
quer dizer
M* says:
pq a que estamos agora é do impossível?
M* says:
pq a gente não pode fazer
M* says:
tudo?
JBClimb says:
é
M* says:
eita, é mesmooo
JBClimb says:
ou a do 'controlável'
JBClimb says:
que a gente controla o que faz
JBClimb says:
no sonho não, a gente não controla

M* says:
é pq existe um superego
M* says:
controlando tudo

JBClimb says:
exatamente.
M* says:
e as leis físicas, claro
JBClimb says:
HSUAIHSUAHS
JBClimb says:
ééé
JBClimb says:
tem sonho que o povo diz que controla né?
JBClimb says:
mas aí
JBClimb says:
eu acredito que seja uma fase de transição entre a realidade controlável e a incontrolável
JBClimb says:
você não tá realmente sonhando sabe?
M* says:
eu não sei
M* says:
porque talvez
M* says:
todos os meus valores
M* says:
morais, por exemplo
M* says:
podem deixar de existir
M* says:
enquanto eu controlo o sonho
M* says:
acho que o fato do sonho ser isso tudo, n é o fato de nos não podermos controlar
M* says:
mas é o fato de acharmos tudo normal
M* says:
até a coisa mais
M* says:
maluca
M* says:
nos parece normal
JBClimb says:
é
JBClimb says:
exatamente.
JBClimb says:
o id (é o id?)
JBClimb says:
a moral
JBClimb says:
é esquecida.
M* says:
e a moral é o superego
JBClimb says:
é
JBClimb says:
é um tanto confuso isso.
JBClimb says:
acho os sonhos a melhor realidade.
JBClimb says:
é como se a gente fosse pra outro canto.e
JBClimb says:
e se esse canto existir?
JBClimb says:
tipo
JBClimb says:
como se o sonho fosse a porta para um outro mundo que é reflexo desse
JBClimb says:
só que tudo é possível nele?
JBClimb says:
YGSASHAHSUAH
JBClimb says:
essa foi viajada.
M* says:
foi nãooo
M* says:
agora esse mundo
M* says:
é só a nível
M* says:
espiritual
M* says:

M* says:
quer dizer
M* says:
quem garante que a gente ta aqui?
M* says:
isso aqui poderia mt bem ser um sonho
JBClimb says:
exaaaato.
JBClimb says:
justamente
JBClimb says:
duas realidades.
JBClimb says:
quem sabe se no sonho a gente não acha a realidade um sonho?
JBClimb says:
entendeu?
JBClimb says:
eu já sonhei que sonhava.
JBClimb says:
ou seja, é uma coisa mais complexa ainda
JBClimb says:
como se existisse
JBClimb says:
um mundo superior além dos sonhos
JBClimb says:
um 3º nível
M* says:
caralho
M* says:
é isso mesmo
M* says:
mas sonhar que sonha?
M* says:
porra
JBClimb says:
nunca sonhasse que sonhava?
JBClimb says:
já sonhasse sim
JBClimb says:
tu já me contou
M* says:
poo, lembro n. HAUHAUHA
JBClimb says:
sééerio
JBClimb says:
tu disse que sonhava que sonhava que sonhava que tua mãe te acordava
JBClimb says:
tipo um degradê
JBClimb says:
HSUAHSUAHSA
JBClimb says:
tendeu?
M* says:
faz tempo isso?
JBClimb says:
ahm... faz.
M* says:
então tá explicado
M* says:
memória de peixe
JBClimb says:
HSUIAHSUAHSUAH
JBClimb says:
não hein?
JBClimb says:
minha memória é uma coisa.
JBClimb says:
eu só lembro coisas nada a ver.