quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Anotações de um dia solitário [2]

"Aham, voltei ao shopping. Ok, na verdade dessa vez não foi pra escrever. Vim pegar um cd que eu tinha reservado, então aproveitei pra vir pra praça de alimentação beber algo e jogar alguma coisa no papel.
A viagem pra cá, de ônibus, leva uns quarenta minutos, nunca parei pra contar, mas demora. E esse ônibus passa por tantos lugares legais. Eu vou escrevendo um livro todo na cabeça durante o percurso. Na próxima vez, estou decidida, irei escrevendo [meu chá acabou, e com ele meu dinheiro].
As pessoas, os lugares, as coisas parecem tão incríveis vistas da janela de um ônibus. Os prédios antigos da Conde da Boa vista, todos degredados, em péssimo estado. E pensar que há algumas décadas atrás a elite recifense os ocupava. Hoje passam despercebidos, só se nota o andar térreo que integra o movimentado centro comercial. Todos esquecem de olhar pra cima. Sim, existe vida nos andares de cima. Lençóis pendurados nas janelas, uma criança mastigando uma chupeta, um projeto de academia na qual uma melancólica mulher, pedalando numa bicicleta ergométrica, observa com desdém os ônibus lá embaixo. Um banco quase falido só para funcionários públicos, bingos, motéis, bordéis. Sim, são um ótimo lugar para puteiros, acabei de me dar conta disso.
E por lá passa meu querido Alto Santa Isabel, que me leva a tantos cantos. Estou decidida a dar a volta na cidade apenas para listar os lugares legais pelos quais ele passa. São muitos, vários mesmo, mas tenho que admitir, o lugar em que estou é o melhor :D
Hoje está tudo mais vazio que da outra vez, muito provavelmente pelo fato de não estarmos mais em julho. A garçonete está parada, não há muito o que fazer. Do meu ângulo só consigo avistar três mesas ocupadas. Uma mulher me chama a atenção. Está sentada, sozinha, já há um bom tempo. Acho que está esperando alguém. Seu cabelo é preto, cacheado, comprido e está preso. Sua mão está na boca. Usa um óculos de armação preta e uma saia no joelho, é um pouco gorda. Deve ter seus quarenta anos ou mais. Não aparenta ser classe média, talvez... classe média baixa, não sei. Ela lembra minha lavadeira. Acho que ela está impaciente, mas talvez não tenha mais nada pra fazer, ela nem tá comendo.
O tempo urge. Vou verificar se há um celular quebrado na mnha bolsa caso haja um assalto e depois irei lá em cima ver o céu nublado tingir o rio de cinza.


ps.: depois decobri que os botões da minha calça estavam abertos.
ps2.: tinha um cara muito lindo na frente da porta do banheiro feminino.
ps3.: não relacione as duas coisas""

4 comentários:

The Blue Handkerchief disse...

ai amiga, impossível não relacionar haushaushausahsua

Ursula Neumann disse...

SUAHOISUAHSOAIUSHASIUHA
pena que não deu pra relacionar.

HAUIEAHOEIUAHEIUAHEA
:p
*zona*

dani disse...

hum, eu sei que você só botou o ps pra todo mundo relacionar...

Ursula Neumann disse...

juro que não foi de propósito, só me liguei depois.