terça-feira, 19 de agosto de 2008

Um muito de tudo e um pouco de nada.

Talvez tudo que sentimos pareça meio óbvio e tão tolo. Abrange tudo e mais um pouco de tudo que conhecemos. Tudo é uma palavra tão vazia, esnobe, e ao mesmo tempo insegura, orgulhosa, cruel. Tudo? Tudo o que? O tudo não existe. Tudo seria a perfeição, e a perfeição não existe. O que existe é o quase. O quase, sempre antes do tudo. Esse sim, humilde, poderia ser o tudo, mas prefere ser o quase. Quase, quase tudo. No quase há ausência, inexistência, um muito de tudo e um pouco de nada.

3 comentários:

Heber Costa disse...

Estava hoje mesmo falando de palavras que, em si, são vazias, mas são empregadas abusivamente. "Interessante", "tudo", "relevante" são algumas das que se encaixam nesse perfil. São como recipientes que só podem ser preenchidos na hora em que são pronunciadas. Ótimo texto o seu.

Ursula Neumann disse...

haha, muito obrigada :D

exatamente, essas palavras são como recipientes, esse texto é meio que uma forma de imaginar a palavra como uma coisa concreta. São níveis que se encaixam.

dani disse...

muito bom esse texto hein